sexta-feira, 9 de junho de 2017

VIDA DE SANTA INÊS

Santa Inês, Virgem e Mártir - 21 de janeiro






     São Jerônimo, em referência a esta santa, escreve: “Todos os povos são unânimes em louvar Santa Inês, porque vencendo a fraqueza da idade e o tirano, coroou a virgindade com a morte do martírio”. De modo semelhante se exprimem Santo Ambrósio e Santo Agostinho. Com Maria Santíssima e Santa Tecla, Santa Inês é invocada para obter-se a virtude da pureza.
     Inês nasceu em Roma, descendente da nobre e poderosa família Cláudia e desde pequena foi educada pelos pais na fé cristã. Cresceu virtuosa e logo que soube avaliar a excelência da pureza virginal ofereceu-a a Deus num santo voto. A riqueza, formosura e nobre origem de Inês fizeram com que diversos jovens de famílias importantes de Roma a pedissem em casamento. A todos Inês respondia que seu coração já pertencia a um esposo invisível a olhos humanos.
     

Às declarações de amizade e afeto dos pretendentes seguiu-se a denúncia, que arrastou a donzela ao tribunal, para defender-se contra a acusação de ser cristã. A maneira que o juiz a tratou para conseguir que abandonasse a religião obedeceu ao programa costumeiro em tais ocasiões: elogios, desculpas, galanteios e promessas. Experimentada a ineficácia destes recursos, entravam em cena imposições, ameaças, insultos, brutalidades.
     O juiz fez Inês saborear todos os recursos da força inquisitorial da justiça romana. Arrastada com brutalidade ao lugar onde se achavam imagens de deuses e intimada a queimar incenso, a donzela levantou as mãos puríssimas ao céu, para fazer o sinal da cruz. No auge do furor, vendo baldados todos os esforços, o juiz teve uma inspiração diabólica: condenou-a a ser exposta nua num prostíbulo no Circo Agnolo (hoje Praça Navona, onde se ergue a Basílica de Santa Inês in Agone).
     Diz a história que, introduzida no local da desonra, uma luz celestial a protegeu e ninguém ousou aproximar-se dela. Seus cabelos cresceram maravilhosamente cobrindo seu corpo. Ao ser defendida por um anjo guardião, um dos seus lascivos pretendentes caiu morto. Os companheiros, tomados por um grande pavor, tiraram o corpo do infeliz e levaram-no para outro lugar. Mas a santa, apiedada, orou a Deus e o ressuscitou.
     Temeroso, o Prefeito Simprônio passou o caso ao seu cruel substituto, Aspásio. Após novo interrogatório, a menina foi condenada a morrer queimada. As chamas também não a tocaram, voltando-se contra seus algozes e matando muitos deles. Foi por fim decapitada, a mando do vice-prefeito de Roma, Aspásio.
     
O juiz, profundamente humilhado com esta inesperada vitória da Santa, deu ordem para que fosse decapitada. O algoz tinha recebido ordem para antes de executar a sentença de morte convidar Inês para prestar obediência à intimação do juiz. Feito pela última vez, Inês com firmeza o rejeitou. Ajoelhando-se, inclinou a cabeça, ao que parecia para prestar a Deus a última adoração aqui na terra, quando a espada do algoz lhe deu o golpe de morte.
     Santa Inês completou o martírio aos 21 de janeiro de 304 ou 305, tendo apenas a idade de 13 anos. Seus pais sepultaram seu corpo num terreno próximo da Via Nomentana, onde a princesa Constantina, filha do imperador Constantino mandou erguer a majestosa Basílica de Santa Inês Fora dos Muros, palco de grandes milagres por intermédio da santa virgem.
     A história conta que oito dias depois da morte, Inês apareceu em grande glória aos pais que rezavam em seu túmulo, segurando um cordeirinho branco e cercada de muitas virgens e anjos, e anunciou-lhes sua grande felicidade no céu.
     Santa Inês é padroeira das Filhas de Maria, por causa da sua pureza angélica. Os jardineiros também a veneram como padroeira, por ser o modelo perfeito da pureza como Maria Santíssima, que é chamada “hortus conclusus”, horto fechado. É padroeira dos noivos, por ter-se chamado esposa de Cristo. Do nome Inês há duas interpretações, a grega e a latina. Inês em grego é Hagne, isto é, pura; em latim, Agna significa cordeirinho.
     Santo Agostinho admitia as duas interpretações: “Inês, diz ele, significa em latim um cordeirinho e em grego a pura”.
     No dia da festa desta Santa, na sua igreja em Roma são apresentados e bentos cordeirinhos de cuja lã são confeccionados os “palliums” dos Arcebispos.

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